quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Eu preciso de palavras (mas há nenhuma). Palavras não há para te contar que me arde, me devora, me espanta o teu olhar. O teu olhar... Olhar de abelha-rainha, carregado de sonho, de Lua, completo ao me olhar. Me olha. Lembra dos ombros, nuca ou pé, mas olha bem aqui dentro do meus olhos. Palavras... palavras há poucas... E gigantes! Palavras cheias de essência! E, amor, aqui dentro vive puro, puro, puro... O teu olhar. Todos os teus sentidos. Somos iguais... E eu ardo por nós. Vejo cores, camelos, desertos, em teu olhar. Vejo flores cheias de vida nele. Vejo todas as coisas. Serei sempre teu puro olhar, se me aceitares com o meu puro amor, até que o mundo se se acabe, se durar. Para sempre é pouco para tanto olhar, para tanta boca que tua face abriga. Sei bem pouco com um lápis desenhar no papel, mas posso te desenhar dentro de mim. Sei pouco sobre esculpir no aço ou barro, mas com um formão posso te esculpir em minha mão. Puro... Entregando-me à brisa doce da tua noite. Um par de mãos. Dois pares de mãos. Três pares de mãos... e muito mais. Porque amo-te mais acima que a própria mão do mundo, ou do medo do domingo mudo. Apenas vivendo na leveza das nuvens sobre tuas costas protegidas por meu corpo (teu corpo). Mesmo que meus olhos fossem arrancados por uma serpente da natureza, eu ainda poderia ter todo amor vendo o teu olhar... Esse olhar que vê todo o amor do mundo, por todos os cantos desta casa, desta cama.

Um comentário:

  1. Oooonnn lindo, que texto lindo! Te amo muito, meu poeta lindo, sensível, macio!

    Te admiro cada pedaçinho desse seu universo sensível, desse seu olhar que deixa tudo mais bonito.

    Vou morrer de saudade.

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