quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Uma noite qualquer você acorda no meio do silêncio, enquanto todos os desconhecidos que vivem próximo dormem profundamente, e um aroma de uísque ao som das cordas do violão de Bob Dylan te convidam para uma pesca num enorme lago de imagens recortadas. Ao olhar para as imagens eu tiro minhas conclusões sobre as infinitas situações que posso simular com as montagens livres. Nesse segundo, vem uma voz que sussura, Teu peito largo não pode carregar o peso de outro peito, de uma forma ou de outra, no final das contas, um homem velho vem aí. Deveria isso ser uma preocupação de idade? Teus lençois tem a aparência de um rosto em chamas, e o sol nada na praia de teus ouvidos, debruçados na janela. Deveria eu classificá-la por idade? Que outra idade conquistaria o tempo desta forma? Em que tempo saberemos como funcionam as palavras que proferimos e que são como nuvens que nos ventos balbuciam um som triste? Um coro de anjos mortos que simpatizam com a nossa frágil vigília. Desejaria eu que você decida-se pela culpa de cada um em crer não ter culpa? Eu posso te levar para as terras da percurssão de um coração há muito parado no ritmo da dança. Teus parceiros, por sua vez, receberão o prêmio em ouro. Pois eu posso ajudar a todos eles por um bom punhado de ouro, e por um bom vinho para beber. Você crê que é isso que destroi você? O sentimento cresce silencioso. Talvez o caminho certo esteja na cinemateca holandesa da esquina. Se um dia quiser dar-me teu blues, me será fantasiosa a sensação de não precisar usar sapatos, ou alimentar-me. Tome todo o meu direito, dê-me todo o teu amor. Você é uma vaca, quero todo o teu leite. Não faço parte da tua festa, mas eu vou até o lado de fora e você vem por alguns minutos, o que acha? Por que eu deveria alimentar a lenha da fornalha que deve ser esse lugar aí que você vive? Poderia seu corpo ouvir-me brilhoso. Já percebeu como todas as canções de amor são ridículas? A linha para costurar estes continentes-copos-de-bebida são pintados nesse quadro como beijos, que voltam ao negro e dizem "Eu disse a verdade, porque você não diz?" Blues. Daria uma grande canção.

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