segunda-feira, 1 de março de 2010

I

Hoje sou humano, sem ver o sol ser sol, sou humano. O astro que engole luz completa hoje um ano, e o universo canta como um caracól. As partes de meu corpo são como sombras num anzol, e o que vejo sempre reduz a poeira da atmosfera da vida. A vida desfila em sexos, rompe-me. Galáxia? Que merda é essa? Nós estamos com os dedos à postos, simplesmente sós.


II

Gelo de mim, num quadrado maior. Pedrinhas de sonhos que sugam suor. Chega perto. Rosto incerto. Sou uma lâmina de farol, sou um feixe de luz do sol, que rumina teu cabelo e espera por um elo, eloquente amarelo desta runa girassol. Sou um hábito escondido na urgência do bandido por sua fome ver menor.


III

Nú, crú, tú no escuro. Ave, chave, dor aturo. Mares, pares, dia puro. Naves, aves, eu no muro. Sinto. Sim. Sinto. Minto. Morro. Brinco. Onde está a quimera? Lencóis e odor de fera. Remou, cegou sua cor, sorriu de costas a ela, breve sou ator.

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