terça-feira, 9 de março de 2010

Quando a vida toca o papel, a ponta da caneta espia o olhar do poeta, sem ser discreta. E desse encontro surge um corte, um rasgo no tecido de seda. A palavra espia o fogo gelado de um cometa. Afia seu arpão e sai em disparada ao vazio da amplidão, como a cusparada de um homem sombrio. Secretamente pálida. Me devora com roupa e tudo, como um fera, uma agulha perfurando uma esfera que flutua tensa, à espera mansa de sua caça, como uma pantera.

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